segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Filhos brilhantes, alunos fascinantes de Augusto Cury



CURY, Augusto Jorge - Filhos brilhantes, alunos fascinantes : a importância do pensamento, da criatividade e dos sonhos. 4ª reimpressão. Cascais : Pergaminho, 2007. 153, [7] p.



No livro Filhos Brilhantes, Alunos Fascinantes, Augusto Cury reflecte sobre a educação como uma ferramenta de transformação da humanidade. Ao longo das páginas do livro relata-nos a história de Romanov, um professor “incendiário, agitador, e superinteligente… capaz de despertar os alunos alienados e de os transformar em sonhadores, capaz de contagiar os alunos tímidos, convertendo-os em alunos intrépidos e corajosos…”.

Romanov é colocado numa escola conhecida como a “Escola dos Pesadelos”. Ele e outros professores da escola, pela forma como ensinam, aos poucos e poucos vão introduzindo mudanças nas suas próprias vidas, bem como nas dos seus alunos, devolvendo-lhes a capacidade de sonhar e de construir uma vida melhor.

A história passa-se toda ela em contexto da aula, e como leitor sentimo-nos também como alunos. Escutamos atentamente e paramos para reflectir e tentar responder às várias questões lançadas.

Um livro que de acordo com o prefácio do autor foi escrito principalmente para falar com os “pré-adolescentes, adolescentes e jovens universitários sobre as suas mentes, os seus conflitos e os seus desafios”, mas que pode ser lido por “jovens dos nove aos noventa anos”.

Excerto:

“A juventude era bombardeada diariamente com publicidade para consumir produtos e não ideias. Esse bombardeamento perturbava milhões de pais e professores em todo o mundo, em especial Romanov. O sistema «gritava», na publicidade que passava na TV e nos demais sectores dos média, que os jovens deviam consumir telemóveis, ténis, computadores, Ipods, mas não dizia, nem sequer timidamente, que eles deviam expandir a sua consciência crítica e a arte de pensar, para serem livres dentro de sim mesmos.
O veneno do consumismo criado pelos adultos era tão poderoso que os jovens não o contestavam. Pelo contrário, queriam bebê-lo em doses cada vez maiores. Desejando apenas o prazer imediato, os jovens sufocavam os seus projectos de vida. Não sabiam debater ideias, filosofar sobre a vida e pensar nos mistérios da existência. Não reflectiam sobre o facto de ávida ser belíssima, mas brevíssima.”


Quem é Augusto Cury?

“Sou apenas um psiquiatra, um simples pensador da filosofia e um pesquisador da inteligência, que procura ansiosamente entender o complexo teatro da mente humana.”

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Eduardo Lourenço em entrevista à Ler

Eduardo Lourenço, ensaísta português, nasceu a 29 de Maio de 1923, em S. Pedro de Rio Seco, Almeida. Formado em Ciências Histórico-Filosóficas pela Universidade de Coimbra, onde foi professor entre 1947 e 1953, leccionou depois em várias universidades, como a da Baía, no Brasil, e nas Universidades de Hamburgo, Heidelberg, Montpellier, Grenoble e Nice.

É conhecido pela sua constante presença na reflexão sobre os acontecimentos, a literatura e a vida, sobre Portugal e a Europa, tendo ao longo dos seus 86 anos de vida dado um grande contributo “para pôr Portugal a pensar”.

Em entrevista à revista Ler: livros & leitores nº 72 (Setembro 2008), Eduardo Lourenço faz o balanço de uma vida dedicada a ler a obra dos outros e a pensar o passado e o destino de Portugal. Da entrevista destacamos o seguinte pensamento:

«… Nós somos muito menos livres em relação à imagem do que éramos em relação ao livro. No livro a gente pode voltar atrás, andar para a frente. Também podemos fazer isso com a imagem, provavelmente, mas há sobretudo esse tempo que é transportado fisicamente pelos livros. Esse pó que fica nos livros. O pó do tempo. Nos novos instrumentos não haverá pó. É só o que lhes falta. Esse pó quer dizer o tempo, a própria essência da nossa vida.»

Eduardo Lourenço em entrevista a Carlos Vaz Marques, revista Ler n.º 72.


Se desejar ler a entrevista na íntegra visite a Biblioteca Municipal de Arganil!

Se desejar obter mais informação sobre Eduardo Lourenço visite a página oficial!

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Um é pouco, dois é demais de Paulo Nogueira


NOGUEIRA, Paulo - Um é pouco, dois é demais : romance. 1ª ed. Lisboa : Bizâncio, 2001. 199 p. ISBN 972-53-0116-1

Um é pouco, dois é demais é um romance sobre o amor e a paixão, as felicidades e as tristezas de pessoas comuns, como qualquer um de nós.

André Portela é um bibliotecário, apaixonado pelos livros e tudo o que lhes diz respeito. “Sempre que possível, André Portela gostava de ser o primeiro a franquear a pesada porta de vidros duplos da entrada da biblioteca, usando a sua própria chave, logo pela fresquinha. Não era de todo por um sentimento de propriedade, do barão no seu castelo, mas antes a impetuosidade de um batedor que desbrava o caminho para os legítimos colonizadores.” Embora casado vive sozinho com a sua filha Alice, uma adolescente rebelde. Luísa, a esposa, saíra de casa há dois anos, não deixando mais de que um bilhete a anunciar a sua partida. Será que ela voltará?

Clara é outra das personagens centrais deste livro, a dois meses do casamento encontra o namorado no cinema com outra rapariga, e termina o noivado, entregando-se por completo à sua profissão de ilustradora e a uma vida de recolhimento. “Realizava o seu trabalho exclusivamente em casa – o seu lar era também a sua oficina e o seu estaleiro. Lá tinha tudo o que precisava… Não estava isolada coisíssima nenhuma: do seu refúgio podia comunicar-se com o mundo todo – só que era ela quem controlava o sentido dessa comunicação”.

Paolo, um jovem italiano, apaixonado pela música de Bob Marley e as ideologias do rastafarianismo viaja até a Jamaica para descobrir mais sobre a sua paixão, mas nem tudo corre tão bem quanto esperava e prossegue viagem até Portugal. No Algarve cruza-se com Alice Portela, por quem se apaixona.

Alice Portela é uma adolescente típica, com 16 anos que vive com o pai, mas com quem tem pouco contacto, as conversas entre ambos não passam de troca de monossílabos. Ela vive no seu mundo próprio, tentando manter-se o mais afastada possível do mundo do pai.

À medida que a acção avança, os quatros personagens acabam por se encontrar nos mesmos espaços geográficos e temporais, e as suas vidas cruzam-se. Utilizando uma linguagem lúdica, e recorrendo frequentemente a um tom irónico e jocoso, o autor conduz-nos pelas páginas deste romance de modo estimulante, e através das sensações e emoções de cada um dos intervenientes da história mostra que na vida cada medalha tem duas faces.

O autor:

Paulo Nogueira nasceu no Brasil, mas está definitivamente radicado em Portugal há mais de vinte anos. Em 1995 publicou o seu primeiro romance, O Homem Que Foi para o Céu. Licenciado em Jornalismo pela Universidade de São Paulo, trabalhou como jornalista cultural em inúmeras publicações portuguesas, entre elas O Independente, O Diário Económico, Elle, Icon, A Capital, Egoísta, etc.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

O leitor de Bernhard Schlink



SCHLINK, Bernhard - O leitor. 3ª ed. Porto : Asa, 2007. 143, [1] p. ISBN 978-972-41-2009-6





Michael Berg é alemão da segunda geração após a 2ª Guerra Mundial. Na sua adolescência conheceu uma mulher que o iniciou nos segredos da sexualidade e de quem se tornou amante. Nos seus encontros, tornou-se hábito o rapaz ler em voz alta para a amante. Um dia Hanna Schmitz desaparece. Anos mais tarde durante a sua licenciatura em Direito, Michael participa num Seminário sobre os campos de concentração nazis. Aí tem oportunidade de assistir ao julgamento de um grupo de ex-guardas que prestou serviço em Auschwitz. Qual não foi o seu espanto quando entre elas reconhece Hanna. Conhece então uma nova faceta da mulher que foi sua amante. As atitudes que ela toma em tribunal intrigam-no já que Hanna parece não se querer defender, pelo contrário os argumentos que usa prejudicam-na. De raciocínio em raciocínio Michael descobre que Hanna não sabe ler tendo escondido ao longo da vida a sua ignorância. Michael percebe então muitas das atitudes de Hanna ao longo do período em que se amaram e durante o julgamento, onde preferiu ser condenada a permitir que descobrissem a realidade.

No dia em que deveria ser libertada Hanna suicidou-se na sua cela. Quando Michael aparece para a levar é um cadáver que lhe apresentam.

Ao conhecer melhor a vida que levou na prisão percebe como a vida daquela mulher foi condicionada pelo facto de não saber ler e como ao ter aprendido tomou consciência da monstruosa realidade em que ela própria participou.

O seu extremo orgulho levou-a a rejeitar empregos que a obrigariam a denunciar o seu analfabetismo e acabou aceitando o que lhe restava ao alistar-se no exército alemão para trabalhar nos campos de concentração.

Um livro onde duas gerações se confrontam e onde a vergonha pelos acontecimentos ocorridos durante a segunda guerra mundial levam a questionar a geração anterior responsável pelos crimes praticados.

O autor:
Bernhard Schlink nasceu em 1944 em Bielefeld na Alemanha. É jurista de formação. Em 1988 tornou-se juiz do tribunal Constitucional da Renânia Setentrional – Vestefália. É professor de Direito Público e de Filosofia do Direito na Universidade Humboldt, em Berlim, desde 2006.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Inquérito ao perfil dos nossos visitantes

Está em curso neste blog um inquérito ao perfil dos nossos visitantes. A análise dos dados obtidos permitirá determinar que tipo de pessoas nos visita e a partir daí procuraremos adequar os conteúdos dos posts ao interesse das mesmas. Claro que partimos sempre do principio de que é o prazer da leitura que nos une neste blog.

Assim, pedimos a gentileza a todos que por aqui passam que respondam ao referido inquérito.

Qualquer comentário ou sugestão adicional poderá ser enviado por correio electrónico para: adultos@bib-arganil.org

Gratos pela sua colaboração!

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Recordando Adolfo Simões Muller


Adolfo Simões Muller (Lisboa, 18.8.1909 – ibid., 17.4.1989)


Adolfo Simões Muller nascido em Lisboa a 18 de Agosto de 1909 foi poeta, contista, tradutor literário e jornalista.

Estreou-se como escritor, em 1926 com o livro de versos Asas de Ìcaro. No entanto, foi a literatura infantil que o celebrizou, tendo escrito obras como Caixinha de Brinquedos, em 1937 e O Feiticeiro da Cabana Azul, em 1942, ambas galardoadas com o Prémio Nacional de Literatura Infantil.

Trabalhou no secretariado Nacional da Informação e na Emissora Nacional e foi produtor de diversos programas para a rádio, tendo sido o autor do primeiro folhetim de rádio As Pupilas do Senhor Reitor.

Foi secretário de redacção do jornal Novidades, fundador e director até 1941 do jornal infantil O Papagaio e director do Diabrete.

Adolfo Simões Müller desempenhou, sobretudo nos anos quarenta e cinquenta, uma notável acção pedagógica em Portugal quer através das biografias que publicou na colecção “Gente Grande para Gente Pequena” por ele dirigida, quer através das adaptações, dirigidas a um público infanto-juvenil, que fez de grandes clássicos da literatura portuguesa e universal, tais como Os Lusíadas, A Peregrinação ou a Morgadinha dos Canaviais.

Em 1982 foi distinguido com o «Grande Prémio de Literatura Infantil» da fundação Calouste Gulbenkian pelo conjunto da sua obra.

Adolfo Simões Muller faleceu a 17 de Abril de 1989, e no ano seguinte a Editorial Verbo instituiu um prémio com o nome do escritor, como homenagem à memória desse grande vulto da literatura infantil e como estímulo à revelação de novos autores.


Para saber mais consulte:

site da DGLB
Enciclopédia Verbo Luso-Brasileira de Cultura : Edição Sec XXI. Lisboa ; Sao Paulo, imp.1998. ISBN 972-22-1850-6
Biblos : Enciclopédia Verbo das Literaturas de Lingua Portuguesa. [Lisboa] : Verbo, 1995.

No tempo em que os homens falavam

Quisera uma palavra virginal,
uma palavra em flor, novinha em folha
- minha, para meu uso pessoal,
em vez dos mil milhões que tenho à escolha…

As palavras perderam o sentido,
perderam os sentidos, num desmaio…
Se a gente pensa corpo, diz vestido;
e se diz música é trovão e é raio!

Depois, sabe-se tudo. Porco é tó…
Chefe etíope é rãs… Amor e ódio
são sinónimos… Letras grega? É ró…
N-A é o símbolo do sódio…

Ai as palavras cruzam-se no espaço
(só o que é surdo e cego o não descobre):
eléctricos fluviais, ponto e traço
- como nos versos de António Nobre.

Há-de chegar um dia… Dor secreta:
onde li isto? Assim se gera o plágio.
Há-de chegar um dia que o poeta,
Impassível, assista ao seu naufrágio.

Nesse mundo sem versos e sem alma,
lembrar-se-á (allegro ma non troppo…)
quando os homens falavam: doce e calma
era de fábula, de Fedro e Esopo.
In: Moço, Bengala e Cão


segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Novidade na Biblioteca: Nómada de Stephenie Meyer




Nómada/ Stephenie Meyer
Alfragide, Edições Gailivro, 2009
ISBN 978-989-557-577-0




Nómada é um livro surpreendentemente envolvente e arrebatador. A história está escrita de forma soberba e envolve o leitor do princípio ao fim, como se de um personagem se tratasse. É impossível não nos deixarmos tocar. Os sentimentos das personagens principais, misturam-se com os nossos, somos tomados de alegrias, dúvidas, hesitações, felicidades e tristezas consoante a história vai evoluindo e nos vamos familiarizando com Noa e Melanie, Jared e Jamie, Jeb e Ian.

O mundo, tal como o conhecemos, foi invadido pelas Almas, uma espécie de alienígenas que fazem dos humanos seus hospedeiros. Fisicamente tudo se mantém, mas a mente dos hospedeiros é subjugada pelas Almas.

Depois de um traumático acidente Melanie foi sujeita a uma inserção. Uma alma foi implantada na base do seu crânio, porém, contrariamente ao esperado a sua mente resiste e não se deixa subjugar por Nómada, a Alma invasora à qual o seu corpo fora entrega. As duas coabitam no mesmo corpo. Nómada tem por missão descobrir nas memórias de Melanie pistas sobre humanos resistentes, e Melanie por seu turno quer cumprir a promessa de reencontrar o seu irmão Jamie e o seu amado, Jared.

“A Alma deslizou com suavidade para o espaço que lhe era oferecido. Vade admirou a destreza com que ela se apossava da nova casa. Os filamentos enroscavam-se firmemente onde deviam, em torno dos centros nervosos, e alguns alongavam-se para alcançar pontos que ele não conseguia ver, mais profundos, subindo até ao cérebro, aos nervos ópticos e aos canais auditivos.”

O desenrolar da história faz de ambas aliadas involuntárias e juntas encetam a busca pela resistência humana, fugindo a um inimigo comum. As memórias de Melanie conduziram Nómada e Melanie ao deserto, onde acabam por sucumbir sob o calor e a sede e são capturadas por um grupo de resistentes, liderado por Jeb, que fizeram do subsolo o seu lar e refúgio.

Era necessário decidir o que fazer com o corpo de Melanie, invadido por uma Alma. A sua captura era já motivo de discórdia entre a comunidade e a sua presença ali poderia significar uma ameaça para todo o grupo. O que fazer? A decisão sobre o futuro de Nómada e Melanie cabe a Jared.

“- A decisão cabe ao Jared. (…)
- Jeb, eu não… - começou Jared a retorquir.
- Ela é da tua responsabilidade, Jared – afirmou Jeb, num tom firme. – É evidente que podes contar com a minha ajuda (…). Mas, no que respeita a decisões, a tarefa é exclusivamente tua.”

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Um livro que ainda não li!

O livro é um organismo vivo. Quando está na estante, ele permanece apenas um conjunto de folhas de papel com tinta. Todavia, logo que se abre ganha vida e passa a ser o companheiro de horas boas quando a leitura é agradável, ou de horas difíceis quando a leitura é por obrigação. Num caso e no outro ele transmite ideias, conhecimento, sonho, tristeza, alegria; faz-nos rir ou chorar; contagia-nos com a boa disposição e leva-nos a ver o mundo com outros olhos.

Os escritores, aqueles seres que têm a rara capacidade de saber usar as palavras certas no sitio certo para transmitir todos os sentimentos que o homem é capaz de sentir, têm também a rara virtude de viver para além da vida mortal. Lemos Hemingway e é como se ele fizesse ainda parte do mundo dos vivos; quando abrimos um livro de Sophia de Mello Breyner não nos lembramos que ela já partiu, o livro é o mesmo e as suas palavras têm a mesma força. Isto acontece porque as palavras são imortais e quem as escreve e as sabe escrever bem, torna-se também imortal.

Este raciocínio leva-me a discorrer sobre a actualidade da escrita de ficção e pensar qual é a diferença entre os livros já com alguns anos de edição, que nunca lemos e os livros recentemente publicados que gostaríamos de ler.

A verdade é que nunca conseguiremos ler tudo aquilo que queremos. Verdade que nos últimos anos a velocidade editorial aumentou significativamente, o que torna a coisa ainda mais difícil, mas é também verdade que muitas vezes corremos a comprar a última novidade do autor X ou Y e a leitura se torna uma enorme desilusão. O contrário também acontece quando numa qualquer biblioteca nos deparamos com o “chamamento” de um livro que encontramos num corredor de estantes. Já foi editado há uns anos, mas ainda não o lemos. O título, o autor, a capa, a sinopse faz-nos escolher aquele livro para levar para casa e ler. Quantas vezes encontramos nesse livro o prazer que não encontramos noutros bem recentes?

Essa é a grande riqueza da literatura, não passar de moda, poder reviver sempre que a solicitamos e proporcionar-nos o prazer da leitura.

Margarida Fróis

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

O Historiador

O Historiador é o primeiro romance de Elizabeth Kostova. Apoiado numa sólida base documental, o livro trata a questão do vampirismo de uma forma absolutamente apaixonante.
Num ambiente académico de investigação histórica algo de anormal se passa quando subitamente Bartolomeu Rossi desaparece misteriosamente.
Um livro de páginas em branco tendo nas páginas centrais a figura de um dragão e as cartas que Rossi escreveu levam o seu aluno Paul a desenvolver uma investigação sobre Vlad III, o Empalador, conhecido desde o século XIX como Drácula.
As pistas que vai seguindo para encontrar o seu mentor, que suspeita se encontre prisioneiro do vampiro leva-nos ao mundo medieval e às suas raízes mais profundas de crenças, tradições e temores, através de documentos antigos em bibliotecas de vários países como: Inglaterra, Estados Unidos, Turquia, Holanda, França, Bulgária, Roménia e Hungria.
Conventos e mosteiros são outros lugares por onde esta narrativa se espraia. A acção desenrola-se num entrelaçar de informação epistolar em três fontes principais que se vão completando numa narrativa que une a cada momento o século XX com documentos mais antigos que nos levam até aos tenebrosos primeiros séculos da Idade Média.
O ambiente politico e social na Europa de Leste dominada pela toda poderosa União Soviética é aqui descrito numa perspectiva de medo e de obscurantismo que completam os cenários onde o romance se vai desenrolando.
O Historiador é efectivamente um livro apaixonante, onde o emoção, a coragem e a racionalidade se unem na fronteira entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos – vivos.

A autora

Elizabeth Kostova nasceu em New London nos Estados Unidos em 1964. Licenciou-se pela Universidade de Yale e fez um Mestrado em Arte na Universidade de Michigan. O Historiador é o seu primeiro romance, que levou dez anos a escrever.