sexta-feira, 13 de março de 2009

DA PALAVRA À LEITURA

Quando um bebé nasce, não sabe falar; não conhece palavras e o cérebro ainda não está preparado para esta função.
O desenvolvimento neurológico do cérebro vai permitir articular as primeiras palavras formadas por sons muito simples, de poucas sílabas.
A partir daí as crianças “normais” sem problemas fisiológicos que de algum modo impeçam o normal desenvolvimento da fala, vão desenvolver a sua capacidade vocal.
Estudos recentes de conceituados especialistas no campo da neurofisiologia vêm alertando para a grande preocupação que os pais devem ter em ajudar os seus filhos a desenvolver as potencialidades intrínsecas ao ser humano, de articulação das palavras.
A criança não nasce ensinada, pelo contrário, aprende com tudo o que a rodeia. Aprende o bem e o mal; o positivo e o negativo. As palavras que começa a pronunciar são as palavras que ouve de alguém que lhe está próximo. Daí ser fundamental que a criança ouça palavras bem ditas, bem articuladas, em que os sons produzidos estão absolutamente correctos. A qualidade e a riqueza das palavras ouvidas vão contribuir para um desenvolvimento intelectual harmonioso da criança.
Sabemos que as grandes etapas da Humanidade se desenvolvem a partir do momento em que o homem começa a articular palavras e posteriormente quando consegue passar essa oralidade à escrita. Ao longo dos séculos o ser humano foi-se transformando fisiologicamente e culturalmente. Foi um longo caminho que nos conduziu onde estamos hoje.
A criança herda todo este percurso de contínua evolução da Humanidade, que se vai transmitindo e alterando de geração em geração e que as coloca num patamar de grande desenvolvimento intelectual, proporcionando as condições para que o caminho, percorrido durante milhares de séculos, continue.
É uma realidade que se traduz em vantagens, mas simultaneamente em desafios para as crianças do nosso tempo. Herdeiras de um código genético muito desenvolvido, elas enfrentam uma realidade muito exigente, necessitando de desenvolver competências intelectuais que permitam a sua integração no mundo de hoje.
Este trabalho e esta responsabilidade é da Família e da Escola, que deve criar as condições para que a criança cresça intelectualmente, desenvolvendo todas as capacidades que o percurso da Humanidade lhe oferece.
Daí a importância das palavras. Sabemos hoje que as palavras e a aprendizagem da leitura e da escrita são o melhor exercício para o desenvolvimento intelectual da criança. As ligações neurofisiológicas que se vão construindo no cérebro infantil e que lhe permite adquirir a agilidade de pensamento e de raciocínio, que o mundo de hoje exige, estão muito dependentes destas aprendizagens.
Vivemos na era da informação, mas para que esta se transforme em conhecimento não é só necessário tê-la ao alcance de um clique. É fundamental saber interpretá-la, interiorizá-la e transformá-la em nova informação, ou seja, em conhecimento.
Margarida Custódio Fróis

1 comentário:

  1. De facto a palavra é um dos instrumentos mais importantes e eficazes que o ser humano tem ao seu dispor.

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